S/Nº. – Batistas no ambiente da Copa – 23 mar 2008

//S/Nº. – Batistas no ambiente da Copa – 23 mar 2008

S/Nº. – Batistas no ambiente da Copa – 23 mar 2008

 

Batistas no Ambiente da Copa

Roberto Torres Hollanda

No dia 30 de outubro, a FIFA escolheu o Brasil como país-sede da Copa Mundial de Futebol em 2014. Como disse o presidente da FIFA, “a Copa do Mundo transcende o aspecto meramente esportivo”.

A expectativa mais otimista é que em um mês 500 mil turistas acorram às cidades onde acontecerão os jogos.

Calcula-se que o Mundial de Futebol no Brasil consumirá mais de 5 bilhões de dólares (mais de 10 bilhões de reais).

Em Brasília, a adaptação do Estádio “Mané Garrincha”, próximo à Torre de Televisão, para a abertura do campeonato, custará mais de 350 milhões de reais (ver: revista “VEJA”, 31 out 07).

Certamente, o ambiente dos cultos nas igrejas será afetado (ou contaminado?) pelo ambiente dos jogos nos estádios.

Está cada vez mais freqüente que os pregadores em suas mensagens façam alusões às competições esportivas (ver: Roberto Torres Hollanda, “Culto – Celebração e Devoção”. Rio de Janeiro: JUERP, 2007, p. 73). Decorrente dessa prática, está cada vez mais comum crentes deixarem os cultos dominicais para irem aos estádios (op.cit., pp. 150-152). É possível prever que em 2014 as comunicações dos líderes no início dos cultos e as conversas dos liderados nas igrejas girem em torno da Copa de Futebol.

Sete anos antes, alguns crentes no mundo já estão alvoroçados pela Copa de 2014; estes não são os que “transtornaram” o mundo nos primórdios da Igreja (Atos 17. 6).

Vejamos o lado positivo da competição que atrairá milhares de pessoas de todos os continentes para “o país do futebol”.

Em primeiro lugar, “Atletas de Cristo”, do meu amigo esportista Alex Dias Ribeiro (foi menino e adolescente na Igreja Memorial Batista), terá papel importantíssimo antes, durante e depois dos jogos na criação de um clima religioso nos bastidores da Copa. Ao mesmo tempo, o setor de evangelismo esportivo da Junta de Missões Mundiais poderá trazer ao Brasil seus missionários que atuam na área esportiva.

Para evangelizar os torcedores nacionais, e os estrangeiros curiosos em conhecer o folclore brasileiro, a Junta de Missões Nacionais poderá convocar os dançarinos nordestinos que, numa assembléia, em janeiro de 1996, para entreter os convencionais, apresentaram o espetáculo musicado “Jesus sertanejo” (ver: O Jornal Batista, 29 dez 96, p. 8). Não será necessário que os crentes que cultivam nas igrejas o chorinho, o samba e a “bossa-nova” se apresentem aos turistas estrangeiros, porque esses ritmos da música profana popular são bem divulgados no exterior. Mas a ação evangelizadora atípica necessitará de milhares de crentes poliglotas que, dentro dos estádios, conversarão com milhares de estrangeiros; dentro dos templos, eles também serão úteis ao esforço evangelístico.

Não sabemos se evangelistas de renome internacional atrairiam torcedores de futebol. Quase sempre, o testemunho é tão importante quanto o discurso. É muito possível que as igrejas carismáticas usem a TV para os evangelistas.

Que dizer do papel reservado aos cantores e instrumentistas!

Poderão ser agendados concertos musicais nos templos e nas salasde-concerto, com a execução de música erudita religiosa ou de música evangélica, como aconteceu nas Copas nos EUA (1994) e na Alemanha (2006). Que tal convidar o consagrado pianista e organista Edson Elias (foi menino e adolescente na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro), há muito tempo radicado na Europa, para recitais nas capitais estaduais, dirigidos aos torcedores mais cultos?

Sempre haverá a possibilidade de torcedores crentes procurarem as igrejas; então recepcionistas e introdutores terão oportunidade de recebê-los carinhosa e fraternalmente, falando as línguas deles.

Para os adolescentes e jovens, especialmente os estrangeiros, nos intervalos entre os jogos da Copa, os ministérios especializados das igrejas poderão preparar partidas amistosas, nas várias modalidades, nas dependências esportivas de seus templos.

Para os idosos, e as mulheres separadamente, as igrejas organizariam reuniões de confraternização em seus templos ou em pontos turísticos das cidades.

É possível que venham torcedores com vários tipos de deficiência física e auditiva; sejam crentes ou não, poderão ser ajudados pelas igrejas.

Os serviços de assistência médica e apoio psicológico das igrejas talvez sejam acionados em casos de emergência, dentro e fora dos templos.

Estas foram as primeiras idéias que nos ocorreram no mesmo dia em que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa de 2014.

Se pudermos, na ocasião de sua realização, ofereceremos outras sugestões …

 

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(Publicado em “O Jornal Batista”, 23 mar 2008).