Música sacra em CD

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Música sacra em CD 2018-03-01T17:48:28+00:00

(comentários sobre gravações em discos)

Cotações:
Inauguramos esta seção para que os leitores possam visualizar facilmente o cuidado técnico e a dignidade artística com que foram feitas as gravações das 31 obras de música sacra comentadas neste tópico.
Abaixo das cotações aparecem os títulos das obras, os nomes dos compositores e dos principais intérpretes.

As cotações das gravações são representadas assim:

Excelente * * * * *
Boa * * * *
Razoável * * *
Sofrível * *
Ruim *

Cotação * * * *

  • “Exsultate, jubilate” – Mozart – Hogwood
  • “Messias” – Haendel – Gardiner
  • Missa – K-427 – Mozart – Karajan
  • Missas – Byrd – Philips
  • “Moisés e Arão”
  • “Stabat Mater” – Pergolesi – Croci
  • “Te Deum” – Charpentier – Devos
  • “Um Requiem Alemão” – Brahms – Solti
  • “War Requiem” – Britten – Britten

Cotação * * *

  • “A Criação” – Haydn – Karajan
  • “As sete últimas palavras” – Haydn – Ferencsik
  • “Chichester Psalms” – Bernstein – Bernstein
  • Motetos e Salmos – Schuetz – Concerto Vocale
  • “Oratório de Natal” – J.S.Bach – Harnoncourt
  • “Pequena Missa Solene” – Rossini – Sawalisch
  • Salmos 42 e 95 – Mendelssohn – Corboz
  • “Stabat Mater” – Vivaldi – Hogwood

Cotação * *

  • “Missa Glagolítica” – Janacek – Mackerras
  • “Requiem” – Fauré – Cleobury
  1.  A gravadora “EMI-Classics”, na série “Centenary Bestsellers”, está lançando “Ein Deutsches Requiem” (Brahms) e “Sacred Songs with Barbara Hendricks” (vários compositores).
  2. Pela “Hyperion”, temos a oportunidade de conhecer, em três volumes, a música sacra de Vivaldi (CDA-66.787-66.789), executada pelo Choir of the King’s Consort, regido por Robert King, comparando-a com a editada pela “Philips” em três LPs (6700-116, 6769-032 e 6769-046).
  3. Ainda de Vivaldi, estão disponíveis, pelas “Edições Paulinas”, três motetos, com a soprano Magda Kalmár e a orquestra de câmara “Liszt”, regida por Frigyes Sándor (CD-12.152-5).
  4. A “Paulus” lança o “Dixit Dominus” (Haendel) e o “Te Deum” (Luiz Álvares Pinto), com a “Camerata Antiqua”, de Curitiba, regida por Roberto de Regina.
  5. A “Archiv” oferece motetos medievais de Dufay, com o “Pomerium”, dirigido por Alexander Blachly (447.773-2).
  6. A gravadora “EMI” lançou recentemente, na série “Spiritus”, CDs contendo obras sacras de Poulenc, Duruflé, Elgar, Vaughan-Williams e Britten (566.335), Beethoven, Weber, Hummel e Schubert (566.329), Bach (566.326), Mozart e Haydn (566.332).
  7. A gravadora “Paulus” lançou, em março, CD da organista Elisa Freixo, executando peças de Bach, Coffette, Zipoli, Reineken e Buxtehude, em maio, CD com a soprano Kamila Zajickova, interpretando cantatas de Bach, Telemann e Haendel.
  8. A gravadora “Paulus” lançou, em julho, o CD “Música do Brasil Colonial”, no qual figuram compositores mineiros dos séculos XVIII e XIX (José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, Marcos Coelho Neto, Francisco Gomes da Rocha, José Joaquim da Paixão, João de Deus de Castro Lobo).
  9. A Igreja Presbiteriana de Curitiba acaba de lançar um CD com o Coral da Fraternidade, fundado em 1971 e atualmente regido por Cornélis Kool, diretor do Departamento de Música da referida igreja. São executadas peças corais de Tom Fettke, Gabriel Fauré e outros.

Solista: Kamila Zajickova (soprano)
Regente: Peter Zajicek
“Paulus”
Numa gravação esmerada, o regente procura destacar o fraseado e marcar os estilos das obras.

Solista: Klaus Mertens (baixo)
Regente: Philippe Herreweghe
Uma gravação que tem mérito para juntar-se às clássicas existentes no mercado (Thomas, Menuhin, Richter, Harnoncourt), pelo menos por sua clareza sonora e profundidade expressiva.

Coro: The Finzi Singers.
Instrumentistas: Susan Drake (harpa) e Andrew Lumsden (órgão).
Regente: Paul Spicer.
“Chandos”
Uma boa gravação: uma execução bem sensível ao caráter de cada obra.

Solistas: D.Roschmann, A.Scholl, W.Gura e K.Hager
Coro: RIAS-Kammerchor
Orquestra: Akademie fur Alte Musik
Regente: René Jacobs
“Harmonia Mundi”
Coro e orquestra executam este belo Oratório de Natal com elegância e competência, além de conseguirem fazer uma gravação que exibe muito cuidado técnico e apreciável dignidade artística

Solistas: Sibylla Rubens, Ingeborg Danz, James Taylor, Thomas Quasthoff.
Coro: Oregon Bach Festival Chorus
Regente: Helmuth Rilling
“Hanssler”
Em mais uma (a 34ª) gravação desta obra-prima da música sacra, o coro e a orquestra de Oregon têm, no conjunto dos executantes, o melhor desempenho, mas não conseguem tirar a execução do nível medíocre.

Solistas: Rosa Mannion, Birgit Remmer, James Taylor, Cornelius Hauptmann.
Coros: La Chapelle Royale e Collegium Vocale.
Orquestra: Champs Elysées.
Regente: Philippe Herreweghe.
“Harmonia Mundi”
É uma gravação mediana, tanto do ponto-de-vista técnico quanto artístico.
Os coros e a orquestra foram fundados por Herreweghe.

Solistas: tenor Ernst Haefliger (Evangelista) e baixo Walter Berry (Jesus).
Agnes Giebel, Marga Hoffgen, Jan van Kesteren, Franz Crass e Leo Ketelaars.
Coros: Rádio da Holanda e meninos da igreja de St.Willibrord.
Orquestra: Real Concertgebouw
Regente: Eugen Jochum.
“Philips” (n° 14, 15 e 16 da coleção “Música Sacra”, produzida pela editora “Altaya” e vendida nas bancas de revistas).
Os timbres de Haefliger e de Berry são adequados aos personagens que interpretam. Dignos coadjuvantes são Giebel e Crass. Jochum ocasionalmente concilia expressividade e autenticidade. Uma gravação mediana; o CD é equiparável ao LP gravado com Hermann Scherchen na década de 50, ambos distantes da sempre louvada gravação de Otto Klemperer (por sua intensa emoção), que contou com excepcional elenco de intérpretes (Peter Pears, Dietrich Fischer-Dieskau e Elizabeth Schwarzkopf).

Coro: Winchester Cathedral Choir
Organista: Stephen Farr.
Regente: David Hill.
“Hyperion”
Tendo em vista o excelente catálogo da gravadora, esta gravação é decepcionante, abaixo do nível aceitável.

Coro: La Capella Real e Centro di Musica Antica di Padova
Regente: Jordi Savall
“Astrée Auvidis”
No início do século XVII, as “Vésperas” são a mais importante obra musical com destinação litúrgica, por combinar o estilo polifônico do século anterior com as nascentes formas barrocas da “nuova prattica”.
Esta obra é tão importante que foi gravada em LP, CD, VC e LD. A gravação atual recompensa o ouvinte.

Existem no mercado fonográfico, pelo menos, 33 gravações do oratório “Messias”, de G.F.Haendel: Beecham (RCA), Boult (DECCA), Sargent (EMI), Mackerras (DG), Davis (PHILIPS), Bonynge (DECCA), Richter (DG), Willcocks (EMI), Klemperer (EMI), Leppard (RCA), Tobin, Malgoire, Koch, Scherchen, Ledger, Cleobury, Corboz, Hickox, Pinnock, Christopher, Marriner (DECCA), Forster (ARIOLA), Ehmann (JSU), Darlow (HYPERION), Shaw (TELARC), Solti (DECCA), Gardiner (PHILIPS), Hogwood (DECCA), Rilling (HANSSLER), Harnoncourt (DECCA), Koopmann (ERATO), McCreesh (ARCHIV) e McGegan (HM).

Em 1986, a editora “Salamandra”, de Londres, reuniu um júri de críticos musicais para selecionar as 100 melhores gravações em discos compactos.
Da seleção destacamos as seguintes obras sacras:
1) J.S.Bach – “Oratório de Natal” (“Erato”, ECD-880-593).
2) J.S.Bach – “A Paixão, segundo São Mateus” (“Erato”, ECD-880-633).
3) J.S.Bach – “Magnificat” (“Philips”, 411-458-2PH).
4) J.S.Bach – “Missa, em si menor” (“Archiv”, 415-514-2AH2).
5) L.v.Beethoven – “Missa solene” (“DG”, 413-780-2GH2).
6) B.Britten – “Sacred works” (“Hyperion”, CDA-66.126).
7) W.Byrd – “Missas” (“Gimell”, CDGIM-345).
8) W.Byrd – “Canções sacras” (CRD-3.408).
9) M.A.Charpentier – “Oratórios e Magnificat” (“Harmonia mundi”, 90.066).
10) M.A.Charpentier – “Motetos” (“Harmonia mundi”, 90.1149).
11) G.Fauré – “Requiem” (“Conifer”, CDC-FRA-122).

Recentemente, a revista inglesa “Classic CD” convidou 20 críticos musicais para escolher os 100 melhores CDs de toda a história da fonografia erudita. Entre eles, foram citadas as seguintes obras sacras:
1) “Miserere”, de Allegri. Roy Goodman (solista) e King’s College Choir. David Willcocks (regente).
2) “Ein deutsches Requiem”, de Brahms. Elisabeth Schwarzkopf e Dietrich Fischer-Dieskau (solistas). Philharmonia. Otto Klemperer (regente).
3) “War Requiem”, de Britten. Galina Vishnevskaya, Dietrich Fischer-Dieskau e Peter Pears (solistas). Highgate School Choir, London Symphony Chorus and Orchestra. Benjamin Britten (regente).
4) “Elijah”, de Mendelssohn. Ameling, Burmeister (solistas) Leipzig Radio Chorus e Leipzig Gewandhaus. Sawallisch (regente).
5) “Vésperas”, de Monteverdi. Taverner Consort, Choir and Players. Parrott (regente).
6) “Pilgrim’s Progress”, de Vaughan-Williams. Noble (solista). London Philharmonic Choir and Orchestra. Adrian Boult (regente).
7) “Requiem”, de Verdi. Nelli, Barbieri, di Stefano e Siepi (solistas). Robert Shaw Chorale. NBC Symphony Orchestra. Toscanini (regente).
Nenhuma dessas obras constou da lista organizada, em 1986, pela editora “Salamandra”, de Londres.
A GRAVAÇÃO DO SÉCULO
ROLANDO DE NASSÁU
Organizador do “Nassáu – Dicionário de Música Evangélica”.
E-Mail: nassau@abordo.com.br
Em fins de 1912, gravou o Coro da Igreja Evangélica Fluminense, no Rio de Janeiro, alguns hinos, em seis discos de dez polegadas, com 78 rotações por minuto. Na “Discografia Brasileira” está registrado um disco, com o hino “Pendão real”; este é o mais antigo disco evangélico gravado no Brasil.
Num período de 50 anos (1912-1962), foram comercialmente gravados no Brasil apenas 22 discos evangélicos (ver: “No tempo do gramofone … “, O JORNAL BATISTA, 17 mar 85, pp. 2 e 11).
Produzido por Dorotéa Kerr, com a participação de coros de sete igrejas e os corais evangélicos de São Paulo e de Piracicaba, acompanhados pela Orquestra “Jahn Sorheim” e pelo organista Nélson Silva, sob a regência de Gilberto Massambani, recentemente foi lançado o CD “Hinos da nossa História”, gravado na Catedral Evangélica paulistana.
São lembrados hinos que foram cantados por protestantes e evangélicos nos 500 anos da história do Brasil, e que constam do “Hinário Evangélico” (HE) ou do “Hinário para o Culto Cristão” (HCC).
“Do fundo de um abismo” (HE-254), “Aus tiefer Not”, coral de M. Luther, extraído do hinário de Wittenberg (1524), foi entoado por Hans Staden, em 1549, entre os indígenas tupinambás, no litoral paulista, sendo o primeiro hino luterano a ser cantado no Brasil e na América do Sul. O órgão, na introdução, dá o tom sombrio, confirmado pelas vozes masculinas, enquanto as femininas atenuam o lamento.
“À minha voz, ó Deus, atende!” (HE-93), “Aux paroles que jeveux dire”, salmo metrificado de C. Marot e L. Bourgeois, extraído do saltério de Genebra (1551), foi cantado no Rio de Janeiro, em 10 de março de 1557, no primeiro culto evangélico realizado por calvinistas no Brasil. O coro expressa bem sua súplica.
“Louvores a Deus” (HE-132), coral em 1597 escrito na língua holandesa (“Wilt heden nu treden”) por A. Valerius, depois traduzido para a alemã (“Wir treten zum beten”), para celebrar as vitórias de Maurício de Nassáu sobre a Espanha, foi cantado, em 1640, em Pernambuco, festejando a vitória sobre os portugueses; este hino em ação de graças tinha sido incluído em 1626 na coletânea “Nederlandtsche Gedenck Clanck” (canções holandesas de gratidão). A música é grandiosa, no acompanhamento pelo órgão, para um canto coral portentoso. Por isso, o melhor trecho da gravação.
“Santo! Santo! Santo!” (HE-104, HCC-2) refletiu, pouco antes da era vitoriana, a preocupação de R. Heber e J. B. Dykes em elaborar um hino de alto nível literário e musical. Dykes iniciou o movimento de expressão emocional na música-de-igreja inglesa. Gilberto Massambani e Nélson Silva dão o devido tratamento sinfônico ao hino, cantado pelo coro com a majestade exigida pela letra.
“Saudai o nome de Jesus” (HE-130, HCC-56), hino de E. Perronet e J. Ellor, publicado em 1779 no “Gospel Magazine”, recebeu três músicas diferentes, das quais a mais recente (1838) é a executada na gravação. Contemporânea e imitadora de Dykes, a música de Ellor é grandiloqüente; agradou o gosto musical da época, o que ainda ocorre no meio evangélico, contradizendo as opiniões dos que desprezam a hinodia.
Em 1866, ao escrever a letra do hino “Da Igreja o fundamento é Cristo” (HE-205, HCC-504), S. J. Stone procurou defender a doutrina da Igreja da Inglaterra. O órgão e os trompetes (música de S. S. Wesley) retratam a magnificência da liturgia anglicana.
“Mestre, o mar se revolta” (HE-342, HCC-408), de M. A. Baker e H. R. Palmer, é um hino em que os regentes dão um toque musical realista à letra. Gilberto Massambani procurou resistir à tentação do óbvio.
E. P. Stites em 1876 escreveu o hino “Na terra abençoada estou” (HE-457, CC-481), musicado por J. R. Sweney, expressando suas experiências nos contatos com diversos lugares e diferentes pessoas; é uma balada americana, inspirada pelo otimismo cívico da época.
Quando escreveu o hino “Deus vos guarde” (HE498, HCC-37), J. E. Rankin era pastor de uma grande igreja na capital americana, freqüentada por congressistas e juízes federais; neste hino, Rankin revela seu perfil pastoral.
Os coristas assimilaram bem o sentido do hino.
D. W. Whittle e J. McGranahan elaboraram, em 1887, o hino “Um pendão real” (HE-406, CC-469). Whittle participou ativamente da Guerra de Secessão e seu gênio militar transparece neste hino marcial. As vozes masculinas cantam as estrofes; as femininas, o estribilho, como que para incentivá-los à luta …
“Vencendo vem Jesus” (HE-312, HCC-153), de J. W. Howe (1861), e “Da linda pátria estou mui longe” (HE-453, CC-484), de J. H. Nelson (1891), usando melodias da época da Guerra Civil, são exemplos de hinos com ambientação folclórica americana; a balada de Foster é interpretada com leveza, pelas vozes e pelos instrumentos.
Quatro “gospel hymns”, escritos entre 1880 e 1910 (as três décadas em que esse tipo primitivo de “gospel” gozou de ampla popularidade nos EUA e no Brasil) são cantados: 1) “Manso e suave” (HE-231, CC-222), as vozes femininas são persuasivas; 2) “Chuvas de bênçãos” (HE-327, HCC-337), tem um apelo popular em seu elemento rítmico; 3) “Se da vida as vagas procelosas são” (HE-338, HCC-444), no fim do século XIX atendeu à natureza irrequieta dos jovens; era o “gospel” balançado; 4) “Jesus, Senhor, me chego a Ti!” (HE-245, CC-270), as vozes masculinas mostram-se incisivas.
Se o coro e a orquestra tivessem falhado no “Aleluia”, de Haendel, no fim da gravação, estariam perdoados pelo bom desempenho no canto de 16 hinos.
Louvável o esforço de manter o patrimônio hinódico dos evangélicos no Brasil. Se forem destruídos, neste século 21, todos os hinários e todas as gravações de hinos, mas se permanecer intacto este CD, as futuras gerações poderão saber como e o que cantavam os evangélicos brasileiros. Não hesitamos em afirmar que esta é a gravação definitiva, representativa e a de melhor qualidade feita no século 20. Recomendamos este CD excepcional, que honra a discografia evangélica brasileira.
– x –
(Publicado em “O Jornal Batista”, edição de 12 de março de 2001)

Para comprar CD, você pode antes procurar um disco específico (compositor, intérprete) através da Internet, nos seguintes endereços:
– http://www.cdnow.com/
– http://www.imvs.com/

“Maior Amor” – John Willard Peterson (1921- )
Aseneth Moura Brasileiro do Vale (soprano), Descartes Teixeira (tenor). Moisés Ribeiro (barítono), Coro Memorial (41 vozes femininas e 35 vozes masculinas), Orquestra (19 instrumentistas, liderados pela violinista Valeska Hadelich Ferreira), Laura Costa Granja (organista), Gabriela Gueiros (pianista). Luiz Lemos e Hélcio Brasileiro (técnicos de gravação).
Duração: 55 minutos.
Regente: Tasso Brasileiro do Vale.
Fora de comércio, este CD foi-nos presenteado em dezembro de l997; é uma raridade fonográfica, da qual tiramos cópia em fita cassete de áudio para a Fonoteca do Centro de Documentação da Igreja Memorial Batista.
Trata-se da gravação ao vivo da quarta audição desta obra-mestra de Peterson na igreja de Brasília (DF), realizada no culto dominical noturno de 30 de agosto de 1981 e por nós comentada em “O JORNAL BATISTA” (01 e 08 nov 81, p.2).
Mantemos o que escrevemos: esta audição foi a mais importante realização coral evangélica em Brasília desde a sua fundação, em 1960, até aquela data.
Tasso Brasileiro do Vale realçou as qualidades da cantata de Peterson.

Gravadas pelo The Choir of Christ Church Cathedral, recomendamos as seguintes obras: “Missa em ré maior” (A.Dvorak), “Messias” e “Israel no Egito” (G.F.Haendel), Missas nos.l, 3 e 4 (F.J.Haydn), “Missa Coral” (F.Liszt), Motetos (F.Poulenc), “Jehovah,quam multi sunt” e “Evening Service” (H.Purcell), “O, clap your hands” e “Flos campi” (R.Vaughan Williams), e “Evening Service” (T.Weelkes).

* Oratório “A Criação” (“The Creation” – “Die Schoepfung”, 1798), de Joseph Haydn (1732-1809).

Entre 1791 e 1795, em Londres, Haydn ouviu, entre diversas obras de Haendel, o oratório “Messias”. Durante dois anos trabalhou na elaboração do seu oratório bilíngue (inglês e alemão), marcado pelo humanismo, que acabou contribuindo para a secularização da música religiosa. Composto para três solistas (soprano, tenor e baixo), coro misto e orquestra.

“As sete últimas palavras de Cristo” – Joseph Haydn (1732-1809)

Veronika Kincses (soprano), Klara Tackacs (contralto), Gyorgy Korondy (tenor), Jozsef Gregor (baixo)
Coro de Budapeste e Orquestra Estatal Húngara
Regente: János Ferencsik.
“Hungaroton” HCD-12.199-2 (ADD) (66 minutos) (Gravada talvez numa catedral)
Esta versão, em forma de oratório (1794), é mais executada do que a versão orquestral (1785). É uma obra solene.

“Chichester Psalms” – Leonard Bernstein (1918-1990)

Coro de meninos de Viena – Orquestra filarmônica de Israel
Regente: Leonard Bernstein
“DG” – 415.965-2GH (ADD) (60 minutos)
Esta obra coral foi encomendada em 1965 pelo Festival de Chicester para ser executada na catedral dessa cidade inglesa.
A execução da obra, sob a segura direção do compositor, é excelente.

* “Elijah” – Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-l847)

Solistas: Bryn Terfel (baixo-barítono), Renée Fleming (soprano) e Patricia
Bardon (contralto).
Coro: Edimburgh Festival Choir.
Regente: Paul Daniel.
“Decca” (DDD)
Influenciado por Haendel, é o mais importante oratório do século XIX (ver: “Nassáu”, pp.70 e 193); seu estilo vai do clássico ao romântico, e procura acomodar-se aos gêneros sacro e profano; sua estrutura utiliza elementos operísticos.
Gravado logo após o Festival de Edimburgh, em 1996, este CD conta com dois expoentes da atual cena lírica: Bryn Terfel (que já gravou árias de oratórios de Haendel) e Renée Fleming (que foi sua parceira numa ópera de Mozart).

* “L’Enfance du Christ” – Hector Berlioz (1803-1869)

Solistas: Veronique Gens, Paul Agnew, Olivier Lallouette, Laurent Naouri e Frederic Caton.
Coros: La Chapelle Royale e Collegium Vocale.
Orquestra: Champs Elysées.
Regente: Philippe Herreweghe.
“Harmonia Mundi” (DDD)
Este oratório, iniciado em 1850, foi estreado em 1854, em Paris, incorporando as peças corais “L’Adieu des bergers” e “La fuite en Egypte”, nas quais sobressai o talento dramático do compositor.
Gravada ao vivo, a execução é bela e equilibrada

“Messias” – Georg Friedrich Haendel (1685-1759)

Margareth Marshall (soprano), Catherine Robbin (meio-soprano), Anthony Rolfe-Johnson (tenor), Charles Brett (contratenor), Robert Hale (baixo)
Monteverdi Choir e English Baroque Soloists
Regente: John Eliot Gardiner.
“Philips” 411-041-2PH (DDD) (136 minutos)
Há versões “tradicionais” (Shaw, Davis, Solti) e “autênticas” (Koopman, Hogwood, Harnoncourt) na execução deste oratório. A de Gardiner é delicada e intimista, por vezes robusta e solene

* “Messiah” – Georg Friedrich Haendel (1685-1759)

Solistas: L.Hunt, J.Williams, P.Spence, D.Minter, J.Thomas e W.Parker.
Coro: Berkeley Chamber Chorus.
Orquestra: Philharmonia Baroque.
Regente: N.McGegan.
“Harmonia Mundi” (DDD)
Uma das 33 gravações do oratório de Haendel existentes no mercado fonográfico, a gravação regida por McGegan é convincente, quanto à opção pela autenticidade na execução, e equilibrada, quanto ao uso docoro e dos solistas.

Missa (K-427) – Wolfgang-Amadeus Mozart (1756-1791)

Barbara Hendricks (soprano)
Janet Perry (soprano)
Peter Schreier (tenor)
Benjamin Luxon (barítono)
Vienna Singverein
Berlin Philharmoniker
Regente: Herbert von Karajan
“Deutsche Grammophon” DG-400.067-2GH (DDD) (58 minutos)
Uma das primeiras gravações em CD, lançado em l983, e uma das mais belas gravações da música de Mozart, com a participação de excelentes solistas, na execução da “Grande Missa”, em dó menor, que está no mesmo nível artístico do “Requiem”.

Missas (l593-l595) – William Byrd (l543-l623)

The Tallis Scholars – Regente: Peter Philips
“Gimmell” CD-GIM-345 (DDD) (60 minutos)
Byrd compôs as três missas, em latim, na Inglaterra, 70 anos depois da Reforma Protestante, para serem executadas em capelas católicas. Os “Tallis Scholars” cantam com extraordinária naturalidade. A gravação é quase perfeita. Bibliografia: Joseph Kerman, The Masses and Motets of W.Byrd. London: l98l).

“Missa Glagolítica” – Leos Janácek (l854-1928)

Elisabeth Soederstroem (soprano), Drahomira Drobkova (contralto). Frantisek Livire (tenor), Richard Novak (baixo)
Coro e Orquestra Filarmônica Checa Regente: Charles Mackerras.
“Supraphon” C-37-7.448 (DDD) (40 minutos)
Na verdade, trata-se de uma cantata, com mensagem devota e rico colorido orquestral.
Destacam-se a soprano, o coro e o órgão.

Moisés e Arão” – Arnold Schoenberg (1874-1951)

Franz Mazura, Philip Langridge, Aage Hangland, Barbara Bonney, Mira Zakai e Daniel Harper.
Coro e orquestra sinfônica de Chicago.
Regente: Georg Solti.
“Decca” 414.264-2DH2 (DDD) (96 minutos)
A ópera “Moisés e Arão” é não somente a mais bela obra de Schoenberg, mas também uma das mais importantes obras-primas da música moderna, tendo inspirado o sistema dodecafônico.
Iniciada a composição em 1926 e o libreto em 1935, ficou inacabada em 1951 com a morte do compositor.
Os aficionados do gênero operístico talvez não gostem da obra de Schoenberg, que , aliás, comumente não figura entre as óperas de repertório. O compositor pôs na boca do personagem principal a frase dramática: “Ó palavra, que me fazes falta!”.
É o conflito entre o pensamento (Moisés) e a ação (Arão).
Parece-nos que Solti dirigiu uma execução atenta à partitura, que teve excelente gravação.

Moteto “Exsultate, jubilate” (K-165) – Wolfgang-Amadeus Mozart (l756-l791)

Emma Kirkby (soprano)
Westminster Cathedral Boys Choir
The Academy of Ancient Music
Regente: Christopher Hogwood
“L’Oiseaux-Lyre” 411.832-20H (DDD) (13 minutos)
A execução é autêntica por parte dos instrumentos de cordas e de sôpro; a voz da soprano é clara, quase sem nenhum vibrato.

Motetos e Salmos – Heinrich Schuetz (l585-l672)

Concerto Vocale
“Harmonia Mundi” HMC-90.1097 (ADD) (53 minutos)
Extraídos das coletâneas “Kleine geistliche konzerte” (Pequenos concertos espirituais) e “Symphoniae Sacrae” (Sinfonias sacras), nesta gravação figuram seis motetos e os salmos l, 8, l8 e 70, compostos entre l636 e l647.
Os Pequenos concertos espirituais constituem uma forma de música coral mais sucinta.
Este disco, gravado na década de 80, é excelente, com destaque para o menino soprano Sebastian Hennig e o contra-tenor René Jacobs, acompanhados ao órgão por William Christie.

“Oratório de Natal” (BWV-248) – Johann Sebastian Bach (1685-1750)

Paul Esswood (contratenor), Kurt Equiluz (tenor), Siegmund Nimsgern (barítono)
Wiener Sangerknaben, Wien Concentus Musicus, Chorus Viennensis
Regente: Nikolaus Harnoncourt.
“TelDec” ZB8-35.022
Este oratório é uma sequência de seis cantatas, a serem executadas desde o Natal até o Ano Novo.
Bach compôs a série em Leipzig, no fim de 1734. A música não está no mesmo nível da composta para a “Paixão segundo São Mateus” ou o “Magnificat”, mas é uma esplêndida realização musical.
Destaca-se o tenor Equiluz. O canto coral e a execução orquestral estão em bom equilíbrio; a orquestra usa instrumentos da época de Bach.

“Pequena Missa Solene” – Gioacchino Rossini (1792-1868)

Kari Lovaas (soprano), Brigitte Fassbaender (contralto), Peter Schreier (tenor), Dietrich Fischer-Dieskau (barítono)
Vokalsolisten, de Munique
Regente: Wolfgang Swallisch.
“Eurodisc” 610.263 (AAD) (85 minutos)
Uma obra melodiosa, composta por Rossini em sua velhice, com uma gravação bem equilibrada (1973), que se equipara à realizada por Edwin Loehrer (1960).

“Requiem” – Gabriel Fauré (1845-1924)

Olaf Bar (barítono), Richard Eteson (tenor)
Choir of King’s College, Cambridge
English Chamber Orchestra
Regente: Stephen Cleobury.
“EMI” (Classics) 4-83.340-2 (DDD) (32 minutos)
Houve tempo em que esta obra de Fauré era pouco considerada, quando comparada com as congêneres de Hector Berlioz e de Giuseppe Verdi. Agora, para alguns críticos, é uma obra-prima modelar, de grande expressividade. Foi composta entre 1887 e 1888. Em 1893, Fauré fez uma versão aumentada. Editada por John Rutter, é a usada nesta gravação.

Salmos 42 e 95 – Felix Mendelssohn-Bartholdy (l809-1847)

Christianne Baumann (soprano), Joan Silver (soprano)
Coro e Orquestra da Fundação “Gulbenkian”, de Lisboa
Regente: Michel Corboz.
“Erato” ECD-88.120 (AAD) (55 minutos)
Inspirado nas obras de Bach e Haendel, o compositor apresenta uma composição de bom gosto musical, mas de rarefeita inspiração religiosa.
Os “Salmos” têm uma gravação satisfatória.

“Stabat Mater” (1736) – Giovan Battista Pergolesi (1710-1736)

Katia Ricciarelli (soprano) e Manuela Custer (contralto) Michela Forgione (organista)
Orquestra de câmara “I Filarmonici”
Regente: Giorgio Croci.
“Tactus” TC-711.602 (DDD) (45 minutos)
Esta obra coral, encomendada pelos “Cavalieri della Vergine dei Dolori”, irmandade napolitana, foi a última composição de Pergolesi, que ficou inacabada pouco antes de sua prematura morte aos 26 anos de idade.
Desde essa época, a obra tem sido recebida com entusiasmo; foram encontradas centenas de cópias manuscritas em vários arquivos europeus e feitas muitas reimpressões, imitações e arranjos. Johann Sebastian Bach, cerca de 1745, usou a música de Pergolesi no moteto “Tilge, Hoechster, meine Sunden”.
O padre Martini criticou a mistura dos estilos sacro e teatral. Paisiello considerou que a ária “Eja Mater, fons amoris” tinha uma atmosfera operística.
A estréia ocorreu em 23 de março de 1736. Pergolesi compôs as partes solistas para dois castrati (com as vozes de soprano e contralto) porque na época mulheres não podiam cantar na igreja, e não prescreveu a participação de coro.
A soprano italiana Ricciarelli, com sua voz cálida, tem uma atuação austera.
Croci dá à execução uma interpretação religiosa, reverente, muito diferente da exibida por Claudio Abbado, que, com Margaret Marshall e Lucia Valentini Terrani, acompanhadas pela orquestra sinfônica de Londres (“DG” 415.103-2GH), tratou o “Stabat Mater” como um exercício operístico. Preferimos a interpretação de Croci ou a de Gardelli (“Hungaroton” HCD-12.201).

“Stabat mater” (l7l6) – Antonio Vivaldi (l678-1741)

James Bowman (contra-tenor)
The Academy of Ancient Music
Regente: Christopher Hogwwod
“L’Oiseaux-Lyre” 414.329-2OH (AAD) (21 minutos)
A gravação sonora é bem equilibrada. A execução musical é fria e clara. A academia de Hogwood elabora com precisão as filigranas sonoras.

“Te Deum” (H-4l6) – Marc-Antoine Charpentier (1644-1704)

Bernardette Degelin (soprano), Lieve Jansen (soprano),
Jean Nirouet (contralto), Jan Caals (tenor), Kurt Widmer (baixo)
“Madrial” e “Cantabile”, de Ghent
“Musica Polyphonica”
Regente: Louis Devos.
“Erato” ECD-88027 (DDD) (25 minutos)
A música de Charpentier, precedendo a de Bach por 50 anos, soa mais antiga. O “Te Deum” (1691) é uma das mais celebradas obras de Charpentier; neste CD, é acompanhado pelo “Laudate Dominum” (1692) e pelo “Magnificat” (no.3, 1671).
Desde a década de 80, o “Te Deum” e este “Magnificat” permanecem como as obras de Charpentier preferidas pelo público, gravadas por Corboz, Ledger ou Malgoire.
Esta gravação caracteriza-se pela clareza sonora.

“Um Requiem Alemão” – Johannes Brahms (1833-l897)

Kiri Te Kanawa (Soprano) e Bernd Weikl (barítono)
Coro e orquestra sinfônica de Chicago
Regente: Georg Solti
“Decca” 4l4.627-2DH2 (DDD) (84 minutos)
A maior obra vocal de Brahms, concluída em 1868, é uma declaração de fé não sectária.
Lançada em 1980, esta gravação permite a máxima clareza na reprodução dos sons vocais e instrumentais.
O regente adota um movimento belo e vagaroso.
A soprano néo-zelandesa, que tem uma bela interpretação do texto alemão, sob a batuta de Solti tinha triunfado em Paris, em 1975, numa ópera de Mozart.
No princípio de l997, numa entrevista dada no Rio de Janeiro afirmou: “É muito difícil achar músicas bonitas no repertório operístico contemporâneo”.

“War Requiem” – Benjamin Britten (1913-1976)

Galina Vishnevskaya (soprano), Peter Pears (tenor), Dietrich Fischer-Dieskau (barítono), Coro “Bach”, coro da “Highgate School” e coro da orquestra sinfônica de Londres
Simon Preston (organista)
Melos Ensemble e orquestra sinfônica de Londres
Regente: Benjamin Britten
“Decca” 414.383-2DH-2 (AAD) (80 minutos)
Esta obra coral de Britten apresenta intrincada complexidade, mas propósito bem simples. Sua estréia ocorreu na catedral de Coventry, em 30 de maio de l962. Galina Vishnevskaya representa a mulher russa; Peter Pears tem como personagem o soldado inglês; Dietrich Fischer-Dieskau, o alemão. Excelente a gravação, realizada num ambiente tranquilo, nítida e objetiva. Típica a performance do compositor como regente, que controla os executantes vocais e instrumentais.

Site:

Você pode ouvir 250 trechos musicais e pesquisar 3.500 resenhas sobre gravações (obra, compositor, intérprete, instrumento) na home page da editora “Future”:
http://www.futurenet.com/classicalnet/

J.S.Bach Home Page:

Por meio desta página eletrônica, criada em 1995 por Jan Hanford e Jan Koster, você pode consultar a lista das obras de J.S.Bach, além de obter informações sobre gravações e a vida do grande compositor. Eis o endereço: http://www.jsbach.org

J.S.Bach MIDI Files:

Indicamos três importantes arquivos com música instrumental e vocal de Bach:
– The J.S.Bach Page at midiworld – Organizado e mantido desde 1995 por Michael Starke
http://www.midiworld.com/
– A J.S.Bach Midi Page – Organizado e mantido desde 1996 por Bryen Travis
http://student-www.uchicago.edu/
– MBA’s Bach Midi Page – Organizado e mantido desde 1996 por Maciek Bartosiak
http://www.amp.pw.edu.pl