No. 832 – “Contos que não são de fadas”- 07 mai 17

//No. 832 – “Contos que não são de fadas”- 07 mai 17

No. 832 – “Contos que não são de fadas”- 07 mai 17

Doc.JB Música – No. 832

Rolando de Nassau

“Contos que não são de fadas”

(Dedicado à leitora Alciléa Serafim Silva)

Minha filha primogênita, na tenra idade, quando ouvia “Vou-me embora prá bem longe, esta é a triste verdade, talvez um dia eu encontre a paz e a felicidade” chorava com sincera emoção.

Os contos tradicionais são estórias anônimas transmitidas de geração a geração; entre as mais conhecidas estão: a Cigarra e a Formiga, a Festa no Céu, Chapeuzinho Vermelho, o Patinho Feio, os Três Porquinhos e Pinóquio. Hans Christian Andersen ficou célebre e Walt Disney enriqueceu com os desenhos animados.

Glênio Cabral teve a genial ideia de aproveitar estórias de origem folclórica para aplicar-lhes ensinos bíblicos adequados à mentalidade das crianças; ele fez releituras de contos infantís.

Procurando esquecer o que ficou para trás, alegrei- me, juntamente com elas, com as primeiras apresentações, em outubro de 2016, do Coro Infantil instituído recentemente pela Igreja Memorial Batista.

Nessas oportunidades, superlotou-se o Auditório “Éber Vasconcelos” para assistir um belo espetáculo, ao qual não faltaram melodias suaves e cativantes, executadas com muita propriedade.

Sob a sábia supervisão de Antônio Henrique Lino Melo e Silva (Ministério de Música) e Débora Fialho Bianchi Godoy (Ministério das Crianças), e competente regência de Rosângela de Souza Neves, o espetáculo musicado (não era uma cantata) foi realizado, com o eficiente auxílio técnico de equipes de áudio, iluminação, videotécnica e multimídia, músicos, atores e outros colaboradores, por 103 crianças, que são as participantes que mais importam num coro infantil.

Para ver o espetáculo, basta acessar o site da Memorial: http://www.imbb.org.br e buscar: Mídia > Cultos gravados > 30/10/2016 > noite.

Ao abrirem-se as cortinas do palco, vimos, como cenário, uma casa de família, onde pai e mãe começam o diálogo com o bordão “Era uma vez”.

O tópico “Chapeuzinho Vermelho” apresenta um problema bem atual, o medo; a solução está no Salmo 23.

Por isso, a criança canta: “Pela estrada afora, eu vou bem sozinha levar esse bolo para a vovozinha, mas se o lobo aparecer, eu não vou temer, pois ali comigo Jesus vai estar”

Outro problema infantil é a mentira. A mãe (interpretada por Kelly Lima Cardoso das Neves) canta para a filha (Vivian Oliveira Santos) a estória de Pinóquio e ensina, de acordo com Efésios 4: 25, que ela deve deixar a mentira e sempre falar a verdade. O coro concorda: “Lá vem o boneco de pau, ele não é legal”, e afirma: “o cristão não anda mentindo por aí”.

O terceiro problema é a auto-estima. O pai (Daniel Barreto), com a história do Pequeno Polegar procura estimular a filha: “Quem foi que disse que crianças não conseguem se cuidar?”, e lembra o relato bíblico: “Deus não teria escolhido Davi (pequeno) para lutar contra Golias (gigante)”; encoraja-a lendo o Salmo 27: 1.

Depois a mãe serve-se do conto da Formiga (trabalhando com a vassoura) e da Cigarra (dançando com suas asas), pois o trabalho é problema para muitas crianças. Na conversa a mãe tem a boa oportunidade para citar Provérbios 6: 6-8. O coro conclui que “a cigarra aprendeu a preciosa lição, que todo aquele que é preguiçoso já não tem direito ao  pão”.

As diferenças são tema da quinta conversa (1º. Samuel 16: 7), que também afligem crianças e adolescentes de nossas igrejas. Foram usadas as figuras do Patinho Feio e do Cisne. O coro aprende que Deus não faz acepção de pessoas.

Um problema social, a insegurança, afeta as crianças da atualidade, ilustrado pelos Três Porquinhos que vivem na floresta assustados pelo Lobo Mau. A mãe adverte a filha que a nossa casa estará firme sobre a rocha, que é Jesus, o nosso Salvador (Lucas 6: 48). Neste trecho da encenação, fazemos duas observações:

1) em nossa opinião, o espetáculo não deveria assumir o caráter humorístico do passado, mesmo sendo executado por adultos e dirigido às crianças;

2) não de- veria, no comentário de um “Porquinho”, fazer alusão, aparentemente ingênua, ao “meu chiqueiro, minha vida”; aliás, não encontramos essa expressão no “script” do espetáculo.

No tópico “Festa no Céu”, a mãe, explicando à filha o que fazer para entrar no Céu, lê João 14: 6; foi lembrado o caso do Sapo Cururu, que não tinha sido convidado para a festa, mas queria ir dentro do violão do seu amigo urubu … O coro afirma que “só vai para essa festa quem Jesus já recebeu”.

Mãe e Pai, em dueto, quando o espetáculo termina, dizem que a história de Jesus não é “conto de fadas”; é para valer!

De acordo com a nova orientação da Igreja Memorial Batista, competirá ao Ministério das Crianças, em outubro e em dezembro, a promoção de recitais, na forma de espetáculos musicados; ao Ministério de Música, em alguns domingos durante o ano, assegurar a participação do Coro Infantil nos cultos regulares da Igreja.

Esse coro terá a função educativa de formar, desde a tenra idade, crianças conscientes da missão espiritual do canto coral.

Estão de parabéns Antônio Henrique Lino Melo e Silva, Débora Fialho Bianchi Godoy, Rosângela de Souza Neves e Glênio Cabral pela encenação do primeiro espetáculo!

 Rolando de Nassau. Brasília, DF, em 20 de novembro de 2016.

2018-02-26T00:27:58+00:00 By |Recitais e concertos|