Doc.JB-725
Rolando de Nassáu
(Dedicado ao leitor José Britto Barros, de João Pessoa, PB)
Como emprestar solenidade, desde o início, aos cultos de nossas igrejas? Pela Introdução e pelo Responso podemos avaliar o ambiente de culto.
Intróito “é o termo inadequado (extraído da liturgia católica) para a Introdução de um culto pelo coro; deve ser um canto solene, para anunciar aos presentes que se trata de uma reunião que infunde respeito (ver: Roberto Torres Hollanda, “Culto – Celebração e Devoção”, pp. 23-24, 69-72. Rio de Janeiro: JUERP, 2007).
No tempo de Gregório I (bispo de Roma, de 540 a 604 A.D.), o “intróito” foi formalizado numa antífona e tornou-se uma das partes do “Próprio”.
Na década de 90, depois da “convocação” e antes do “processional”, na PIB de Richmond (Virginia, USA), o coro cantava “Now Let Us All Praise God and Sing”; na “Mount Moriah”, em plena Quinta Avenida de Nova York (NY, USA), era cantado o antema “One Lord, One Faith, One Baptism”.
Sugerimos às nossas igrejas que os seus coros cantem na Introdução dos cultos, como exemplos, “Vem, Espírito divino”, de Sarah P. Kalley, “Justo és, Senhor”, de João G. da Rocha, “Deus está presente”, de João S. da Fonseca, “É este o dia” e “O Senhor está no templo”, de João W. Faustini, “Ao que está sentado no trono”, de Jorge Himitian e “Somos Teu povo”, de Márcio R. Lisboa.
Durante os últimos 1.200 anos, no culto cristão, litúrgico ou não-litúrgico, tem sido usado o Responso. No século VIII, o rei dos Francos, Pepino, o Breve (715-768) recebeu do historiador Paulo Diácono (720-799) um responsorial, livro litúrgico que continha uma seleção de salmos para uso no culto.
Responso “é a resposta do coro a uma leitura bíblica; na igreja cristã primitiva, este canto estava vinculado ao canto das sinagogas; mais tarde, recebeu o epíteto “graduale”, pois o solista cantava sobre os degraus; em nossas igrejas, pode servir para solenizar as leituras bíblicas; não deve ser confundida com litania” (ver: Roberto Torres Hollanda, op. cit., p. 71); “nas liturgias cristãs, o texto curto, cantado ou declamado pelo coro ou congregação, em resposta ao versículo” (ver: “Dicionário Grove de Música”, Stanley Sadie, p. 778. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994).
Nas igrejas que buscam a excelência da execução musical em seus cultos sempre há lugar para o Responso. João Filson Soren (pastor, de 1935 a 1985) era mestre na arte de elaborar a Ordem de Culto; ele gostava de inserir nos cultos da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro responsos para o coro, a congregação ou um solista.
Na década de 90, na PIB de Abilene (Texas, USA), logo depois da “convocação”, o coro entoava o responso “Glory Be to the Father”; na de Dallas (Texas, USA), em seguida à bênção pastoral, na parte conclusiva do culto, a congregação, depois da leitura de um versículo bíblico, cantava um responso alusivo ao tema do sermão. Atualmente, numa igreja presbiteriana de Oxon Hill (Maryland, USA), depois dos momentos litúrgicos de confissão e perdão, a congregação canta o “Gloria Patri”; depois do sermão, o coro tem oportunidade de executar um responso de despedida, “The Lord Bless You”, de Charles Walton.
O Responso pode ser usado nos momentos de confissão e louvor.
Na “confissão”, sugerimos que a congregação cante uma das estrofes dos seguintes hinos: “Perdoa-me, Senhor”, de Hiram Rollo Jr., “Perdão, Senhor”, de Umberto Cantoni, “Eu creio, Senhor, na divina promessa”, de Antônio de Campos Gonçalves; o coro cantará o estribilho introdutório do hino “Com a minha voz clamo ao Senhor”, de Verner Geier.
No “louvor” podem ser adotadas várias formas de execução.
O coro cantaria na íntegra os hinos “Não a nós, Senhor”, de Guilherme Kerr Neto e “Ao orarmos, Senhor”, de Ralph Carmichael.
O coro cantaria uma das estrofes dos hinos “Louvemos ao Senhor”, de João S. da Fonseca, “Ao Deus de Abraão louvai”, de Robert H. Moreton, e “A Deus demos glória”, de Joseph Jones.
O coro cantaria apenas os estribilhos dos hinos “Cantai louvores”, de Henry M. Wright, “Vem, Espírito divino”, de Sarah P. Kalley, “Louvamos-Te, ó Deus”, de James T. Houston, “Tu és fiel, Senhor”, de Joan L. Sutton, “Grandioso és Tu!”, de Paulo de Tarso Cunha, “Glória ao Redentor”, de João S. da Fonseca, e “Brilho celeste”, de Benjamim Rufino Duarte.
À congregação seria reservado o cântico “Cantai ao Senhor”, de Nélson Bomílcar.
Um solista cantaria uma das estrofes do hino “Fonte da celeste vida”, de Sarah P. Kalley, ou o hino “Glória ao Pai”, de Henry W. Greatorex, traduzido por João W. Faustini.
O uso regular de responsos significativos e relevantes oferece oportunidades aos membros da congregação para que sejam pessoalmente envolvidos pelo ambiente espiritual do culto.
Cremos que estas sugestões poderão contribuir para que os cultos, além de solenes, cuidem mais das questões espirituais.
(Publicado em 03 fev 2008, p. 4).