Nº. 689 – “Oh! Que belos hinos!” – 06 mar 2005, p. 4

//Nº. 689 – “Oh! Que belos hinos!” – 06 mar 2005, p. 4

Nº. 689 – “Oh! Que belos hinos!” – 06 mar 2005, p. 4

 

Doc.JB-689

“Oh! Que belos hinos!”

Rolando de Nassáu

Numa louvável iniciativa para resgatar a hinodia evangélica, Dorotéa Kerr lançou uma série de CDs: “Nossos hinos favoritos” (1997), “Hinos da nossa História” (2000), “Sons e Tons do Natal” (2000), “Louvai ao Senhor” (2001) e “Nossos hinos favoritos – II” (2002), sempre com impressionantes massas corais; o CD “Hinos da nossa História” foi considerado “a gravação do século” (ver: OJB, 12 mar 01, p.7).

Em 9 de outubro de 2004, na Catedral Evangélica de São Paulo, foi lançado o CD “Oh! Que belos hinos!”, com a participação de 480 cantores, procedentes de São Paulo, Campinas, Sorocaba e Promissão (SP), de Belo Horizonte (MG) e de Cuiabá (MT), e pertencentes a igrejas presbiterianas, presbiterianas independentes, presbiterianas conservadoras, metodistas e batistas. Entre eles encontramos alguns musicistas batistas: Jane Borges de Oliveira Santos, Vânia Rocha Simões e Paulo Sérgio de Brito Correia.

Têm sido fatores importantes para o êxito dessa série fonográfica: l) a competência técnica da regente, Dorotéa Kerr, e do organista, Nélson Silva; 2) a excelência do instrumento acompanhador; 3) a adequação acústica do local da gravação; 4) o preparo dos coristas; 5) o apoio dos pastores.

Faremos breves comentários sobre as peças musicais e sua execução.

“Ouví o Salvador dizer”, de Horatius Bonar (trad.Mary Wardlaw) e John Bacchus Dykes, é um exemplo da hinodia romântica do período vitoriano.

A letra de “Preciosas são as horas”, de Ellen Lakshmi Goreh (trad. Myron Clark) e George Coles Stebbins, reflete um espírito contemplativo e calmo, que os solistas, Hélder Savir e Lenice Bruder Aguiar, souberam interpretar.

A música de “Ó Cristo, Pão da vida”, de Richard Holden e Hans Leo Hassler, lembra o prelúdio, baseado em coral, para órgão, de Johann Sebastian Bach (BWV-727), próprio para a celebração da Ceia do Senhor.

No hino “Por nossa Pátria oramos”, de João Gomes da Rocha e Josiah Booth, o fervor patriótico vai num “crescendo” bem expresso pelo coro.

O hino “Em memória”, de John Law, usa uma melodia renascentista, contida numa coleção de Thomas East, num estilo solene.

“Oh! Que belos hinos!”, de William Orcutt Cushing (trad. Manoel Antônio de Menezes) e George Frederick Root, baseado na canção profana “Ring the bells!”, tem um rítmo saltitante. Milhões de crentes, há mais de um século, têm sido batizados ao som de uma canção profana …

“Deus está no templo”, letra de João Gomes da Rocha (possivelmente inspirada em Gerhard Tersteegen) e música de Joachim Neander, oferece um ambiente majestoso para um hino apropriado ao intróito, emoldurado pelo órgão.

“Sou feliz”, de Horatio Gates Spafford (trad. William Edwin Entzminger) e Philip Paul Bliss, é um véu musical que atenua as escuras marcas de uma tragédia familiar; a alternância das vozes femininas e masculinas simula o diálogo entre Horatio e sua esposa Anne.

“Louvai a Deus”, de Joachim Neander (letra adaptada por Antônio de Campos Gonçalves) e música do hinário de Stralsund (1665), tem, adequadamente, um fraseado enérgico pelo coro e uma réplica jubilosa pelo órgão.

No hino “Pelo vale escuro”, letra de Othoniel de Campos Motta e música de Minna Koch, o coro tem oportunidade de fazer afirmações de fé.

“Confiança em Cristo”, de Ada Blenkhorn (trad. Antônio Querino Lomba) e Charles Hutchinson Gabriel, é exemplo de “gospel hymn”.

“Ó bondoso Salvador”, de Charles Wesley (adapt. Sarah Poulton Kalley) e Joseph Parry, foi cantado com profundo sentimento pelas vozes masculinas.

O próprio autor e compositor de “Maravilhosa graça”, Haldor Lillenas, (trad. Alyne Guynes Muirhead) advertiu contra a distorção das palavras desta “gospel song” pelo uso de um tempo muito rápido.

“Pai nosso”, de Carlos Cristovam Zink, era cantado diariamente no início das aulas na antiga Escola Alemã, em Campinas (SP).

“Paz à Terra”, de Percival Módolo”, trata de questões sociais.

“Santo, santo, santo” foi aplicado musicalmente por Albert Willard Ream à liturgia (não é adaptação de ritual), em seu momento mais solene.

“Logo de manhã”, de Aristeu de Oliveira Pires Júnior, mais parece uma canção-de-amor, cantada por uma namorada apaixonada; seu caráter aventureiro compromete a reverência do hino. Ralph Manuel fez uma versão inglesa, que é um verdadeiro hino pela comunhão com Jesus; deve ser traduzida para o português …

“Salmo 142”, de Verner Geier, é um dos mais belos hinos evangélicos da atualidade. Lamentavelmente, o acompanhamento, que deveria ser sóbrio (é uma súplica), é feito por violão e acordeão. O hino deve levar à contrição, não ao devaneio.

O folheto do CD poderia ter sido mais cuidadoso nos dados hinológicos.

Aos crentes evangélicos, de todas as denominações, saudosos dos hinos fiéis à sã doutrina e revestidos de uma santa musicalidade, recomendamos os seis CDs desta série maravilhosa e abençoadora. http://www.abordo.com.br/nassau/

 

(Publicado em “O Jornal Batista”, 06 mar 2005, p. 4).

 

2018-02-21T14:13:49+00:00 By |Gravações|